Posted on 11 de janeiro de 2021

Janeiro é o mês em que síndicos e administradores precisam estar atentos ao planejamento financeiro dos condomínios, com o objetivo de manter o orçamento em dia ao longo dos próximos 12 meses. Especialistas  indicam que, quando o assunto é finanças, organização e transparência das contas são fundamentais.

Luiz Guilherme Russo – advogado e diretor de empresa especializada em locação de imóveis e administração de condomínios – explica que o primeiro passo é olhar com lupa os gastos de anos anteriores. Dessa forma, o síndico pode fazer uma melhor projeção das despesas futuras.

“É importante comparar os valores e adicionar não somente de 5% a 10% de custos extras, como de costume, mas simular uma previsão de aumento dos gastos gerais. Luz, água e manutenções estão entre as principais despesas – alerta Russo.

O advogado salienta ainda que, no caso das administrações que estão com folga orçamentária, vale investir em obras e reparos que valorizem os condomínios, pois essas melhorias podem gerar benefícios para todos os moradores, facilitando vendas e locações de imóveis.

“Sempre que possível, o ideal é que as mudanças sejam debatidas e aprovadas em assembleia, para evitar problemas com os moradores”, reforça Russo.

Sônia Chalfin, diretora de uma empresa de empreendimentos imobiliários, chama a atenção para os índices de inadimplência. Dados do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ) mostram que na capital carioca a média de ações condominiais na Justiça passou de 225 por mês, de janeiro a novembro de 2019, para 412 processos, considerando igual período no ano passado.

Em números absolutos, somente em novembro de 2020, por exemplo, foram movidas 740 ações, contra 205 no mesmo mês de 2019. Embora não haja um recorte preciso por tema, a maior parte desses processos refere-se cobranças de taxas não quitadas pelos condôminos.

“Nesses caso, o gestor do condomínio deve equilibrar e cruzar os custos fixos e variáveis conforme a previsão orçamentária, determinando um valor em separado para o fundo de reserva. Muitas vezes, esse montante reservado já consegue resolver os imprevistos que não estão incluídos no custo da cota condominial mensal – recomenda Chalfin, acrescentando que todas as ações que implicam despesas para o condomínio devem ser avisadas com antecedência aos moradores, por vários canais de comunicação, e não apenas na assembleia.